9 de março de 2025
Em 2024, esses fundos investiram cinco vezes mais do que todo o orçamento do estado de São Paulo para o Ensino Superior.
Foi divulgada, recentemente, a edição com os dados de 2024 do Relatório NACUBO – National Association of College and University Business Officers, entidade que congrega gestores financeiros de instituições de ensino superior dos Estados Unidos.
A publicação reúne dados de 658 fundos patrimoniais ligados a faculdades e universidades. Juntos, totalizam um patrimônio quase US$ 874 bilhões, que corresponde a algo próximo de R$ 5 trilhões. Só para se ter uma ideia, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2024 está na casa dos R$ 11 trilhões.
Esses fundos patrimoniais contribuíram, em 2024, com US$ 30 bilhões (R$ 172 bilhões) para as instituições apoiadas. Novamente, para que se tenha uma referência da dimensão desse recurso, no último biênio, o governo de São Paulo investiu R$ 31 bilhões nas entidades de ensino superior do estado, ou seja, um pouco menos de 1/5 do valor desembolsado pelos fundos patrimoniais norte-americanos.
O relatório NACUBO mostra que quase a metade dos recursos foram aplicados na ajuda financeira aos alunos, o que demonstra que, apesar dos benefícios alcançarem todos os integrantes das comunidades acadêmicas, os estudantes ainda são os grandes favorecidos pelos fundos patrimoniais.
E o mais importante é que as universidades e faculdades sabem que poderão contar com esse montante novamente em 2025 e em todos os anos subsequentes, o que lhes permite fazer um planejamento mais preciso, não dispersar esforços na captação desses recursos e investir em iniciativas que contribuem para manter e aumentar a excelência da Educação que é oferecida.
Este é um caminho que começou a ser trilhado há quase quatro séculos, quando o reverendo John Harvard deixou sua herança para o recém-fundado New College, de Boston, e estabeleceu, desse modo, o fundo patrimonial da instituição que acabou se transformando na Universidade de Harvard.
No Brasil, nossa história é muito mais recente, sendo o pioneiro o Fundo Patrimonial Amigos da Poli, estabelecido em 2012 e ligado à escola de Engenharia da USP. O Fundo Patrimonial da USP, que abrange toda a universidade surgiu posteriormente, em 2021, depois que a Lei Federal 13.800/19 permitiu a criação de fundos patrimoniais ligados a instituições públicas.
Mas o campo está avançando rapidamente e, atualmente, o Brasil já conta com mais de 30 fundos ligados a faculdades e universidades, o que nos permite sonhar que, em breve, os resgates desses fundos virão a representar um impulso significativo à qualidade da Educação Superior, da Pesquisa e da Ciência no País.
