25 de novembro de 2024
Um estudo sobre fundo patrimoniais, realizado pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), aponta que o primeiro Fundo Patrimonial (endowment, em inglês) foi estabelecido pelo filósofo grego Platão.
Ao morrer, em 347 a.C., teria deixado uma parte de suas terras a um sobrinho, com uma condição: que os rendimentos dessas propriedades fossem usados com exclusividade (olha o propósito específico aí!) para manter em funcionamento sua famosa Academia.
Portanto, é antiga a ideia de fazer com que parte de um patrimônio renda e, assim, sustente iniciativas para o bem comum. Mais tarde, em 1502, a mãe de Henrique VII, rei da Inglaterra, criou endowments para a sustentabilidade financeira das Universidades de Oxford e Cambridge, que estão ativos até hoje e entre os maiores do mundo.
Por aqui, o primeiro fundo patrimonial a surgir foi o da Fundação Zerrener. Criado em 1936 pelo casal proprietário da fábrica de bebidas Antárctica, o objetivo era promover a educação.
De lá para cá, outros foram estabelecidos, primeiro em um ritmo lento e, agora, com forte expansão. Contudo, hoje o cenário é diferente. Existem 115 fundos patrimoniais, segundo o Monitor dos Fundos Patrimoniais e o Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2023, ambos coordenados pelo IDIS.
Nesse sentido, para compor o anuário, foram analisados 74 fundos que, juntos, somam R$ 156 bilhões de patrimônio. Segundo o documento, no ano passado, os fundos patrimoniais brasileiros receberam R$ 517 milhões em doações e destinaram R$ 3,2 bilhões a projetos e organizações sociais.
Entre as causas escolhidas, a educação ocupa o primeiro lugar, com apoio de 47 dos endowments. Além dela, também são populares as áreas de pesquisa/conhecimento (2º lugar) e combate à pobreza e à desigualdade (3º lugar).
Apesar de 2023 ter sido bastante positivo para a rentabilidade dos fundos patrimoniais, que chegou a 10,6% (melhor marca desde 2020), superando em 5% o IPCA, mas ficando 3% abaixo do CDI –, a captação de recursos ainda é o maior desafio, segundo os gestores de 38 endowments, dos 74 analisados. Depois dela, vêm: rentabilidade do portfólio e consolidação do próprio fundo.
Estudos como o Anuário de Desempenho, contribuem para difundir mais o conceito de fundos patrimoniais. Além disso, eles também trazem informações valiosas para que os gestores entendam melhor o campo e percebam como os demais endowments estão sendo administrados e que desempenho apresentam.
Nesse sentido, na medida em que os fundos patrimoniais fiquem mais conhecidos, será mais fácil sensibilizar os doadores e superar os desafios com a captação.
O FP-USP, criado em 2021 para apoiar as iniciativas da Universidade de São Paulo, possui uma política de investimentos transparente, responsável e sólida. Dessa maneira, estabelecendo expectativas de risco-retorno e orientação sobre a disponibilidade de recursos para utilização.
A governança é independente da universidade – contábil, administrativa e financeiramente – e conta com o Conselho de Administração, Conselho Fiscal, Comitê de Investimento, Diretoria Executiva e Equipe Executiva. Nesse sentido, cada instância é formada por profissionais especialistas em áreas como mercado financeiro, educação, saúde, ciência, entre outras.
Em 2023, o FP-USP fez sua primeira colaboração para uma causa específica, ao doar bolsas para o Programa USP Diversa. No ano seguinte, foi instituído o Fundo USP Diversa. Nesse sentido, a principal missão era apoiar exclusivamente o Programa USP Diversa no financiamento de bolsas-auxílio a estudantes vindos do ensino público, pretos, pardos, indígenas e passando por vulnerabilidade socioeconômica. Portanto, o objetivo é que os beneficiários terminem os estudos no tempo adequado. Sem abandonar a USP e contando com ajuda para moradia, alimentação e compra de material de estudo.
Mas para que possa ajudar a USP a avançar em suas pesquisas, programas, projetos e na excelência acadêmica, o FP-USP também precisa de ajuda, a sua.
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